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Biocombustíveis e bioinsumos serão a base da sustentabilidade da agricultura brasileira


O Brasil é a grande referência, junto com os Estados Unidos, na utilização de biocombustíveis em sua matriz de transporte. Fomos pioneiros no uso de etanol, em meados da década de 1970. Hoje, os biocombustíveis têm importante papel na redução de emissões de poluentes nas metrópoles brasileiras.


É o caso da cidade de São Paulo, que reduziu seu nível de poluição de 60 microgramas de particulados por metro cúbico de ar no ano 2000, para 19 em 2020, índice abaixo do recomendado pela Organização Mundial da Saúde (OMS), que é de 20 microgramas.


Atualmente, o carro flex-fuel brasileiro movido a etanol tem emissões de CO2 inferiores ao elétrico europeu, quando consideramos o ciclo de vida completo do combustível. A propósito do elétrico híbrido movido a etanol, é importante assinalar que seremos reconhecidos mundialmente em termos de mobilidade sustentável.


Além do transporte, a substituição de fertilizantes e defensivos químicos por bioinsumos nas lavouras e pastagens brasileiras trará enormes benefícios. Entre os principais exemplos estão o aumento da matéria orgânica no solo, a preservação da biodiversidade local, o sequestro de carbono e a gestão eficiente de recursos hídricos.


Segundo dados do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA), na última safra, os produtores brasileiros utilizaram em larga escala fixadores biológicos de nitrogênio no solo, um dos bioinsumos mais utilizados pela agricultura regenerativa no processo de nutrição das plantas.


Em 2020, o MAPA contabilizou o registro de mais de 90 produtos biológicos usados na agropecuária nacional. No mundo, o mercado de bioinsumos cresce a uma taxa média anual entre 13% e 17%. No Brasil, segundo o MAPA, a expansão tem sido, em média, de 18%. Dados da Embrapa registram a existência de mais de 80 fábricas atuando há mais de cinco anos neste setor no Brasil .


A indústria brasileira de biodefensivos movimentou cerca de R$ 1 bilhão em 2020. O Mapa estima que os biodenfensivos terão participação de 25% no mercado de defensivos até 2025. Em 2030, deverão ir além e superar o volume de comercialização dos defensivos químicos.


Os investimentos nesta indústria ganharam ainda mais suporte após a adoção, em maio de 2020, do Programa Nacional de Bioinsumos, política pública voltada à ampliação do segmento no País. Detendo cerca de 20% da biodiversidade do planeta, o Brasil tem uma oportunidade como nenhum outro país de explorar e desenvolver ativos de base biológica.


O etanol mantém o seu protagonismo, sendo a melhor opção brasileira em combustível limpo, e os bioinsumos representarão, cada vez mais, a base da agricultura regenerativa nacional.



Jacyr Costa Filho

Presidente do COSAG- o Conselho Superior do Agronegócio da Fiesp e sócio da Agroadvice.



Fonte: UDOP

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