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Preços do milho ficam mistos com safrinha próxima e falta de novas exportações


A quinta-feira, 6, chega ao final com os preços do milho contabilizando mais ganhos do que perdas no mercado físico brasileiro. Em levantamento realizado pela equipe do Notícias Agrícolas foram percebidas desvalorizações apenas em Amambaí (MS), com perda de 1,05% e preço de R$ 94,00.


Já as valorizações apareceram no oeste da Bahia, com ganho de 0,60% e preço de R$ 83,50; Panambi (RS), 1,13% e preço de R$ 91,02; Alto Garças (MT), 1,16% e preço de R$ 87,00; Luís Eduardo Magalhães (BA), 2,44% e preço de R$ 84,00; e Brasília (DF), 3,66% e preço de R$ 85,00.


De acordo com o reporte diário da Radar Investimentos, “no mercado físico paulista houve poucos negócios do milho”. “O recuo do dólar e o comunicado do Copom sobre as taxas de juros trouxeram cautela nos futuros. A leitura de que o Banco Central deve subir na mesma proporção a taxa de juros na próxima reunião, pode deixar o dólar mais ancorado”, disse.


Para a Safras & Mercado, o mercado brasileiro de milho deve seguir com preços em patamares firmes, em meio ao cenário de oferta limitada. “O mercado brasileiro de milho teve mais um dia de preços firmes. O fluxo de ofertas segue muito complicado e o mercado tenta avançar nas negociações da safrinha”, diz o analista Paulo Molinari.


B3

Os preços futuros do milho operaram durante toda a quinta-feira em campo misto na bolsa brasileira B3. As principais cotações registravam movimentações entre 1,16% negativo e 0,78% positivo ao final do dia.


O vencimento em maio de 2021 foi cotado à R$ 102,39, com elevação de 0,78%; julho de 2021 valeu R$ 103,20, com queda de 0,06%; setembro de 2021 era negociado por R$ 100,31, com perda de 1,16 pontos; e novembro de 21 tinha valor de R$ 100,91 com desvalorização de 1,07%.


Para o analista de mercado da Brandalizze Consulting, Vlamir Brandalizze, algumas chuvas inesperadas chegaram a regiões produtoras do Paraná por volta de 20 mm a 25 mm, o que não recupera muitas lavouras, mas já é suficiente para melhorar a situação de algumas áreas.


Além disso, Brandalizze relata que os investidores da B3 estão cautelosos porque percebesse que o setor de rações não pode pagar mais do que já está pagando. Outros pontos levantados são que, não existem novos negócios para exportação e que daqui há alguns dias começara a colheita da safrinha.


“A safrinha vai quebrar e é possível que venha para 70 milhões de toneladas frente ao potencial de 90 milhões. Ou seja, hoje já podemos falar em perdas de 15 a 20 milhões de toneladas na safrinha, o que é uma perda gigantesca. Mesmo assim precisamos exportar milho se não vai ficar tudo aqui dentro, já que está muito mais alto no mercado brasileiro do que na exportação”, comenta o analista.


Mercado externo

A Bolsa de Chicago (CBOT) foi ganhando força ao longo da quinta-feira e encerrou as atividades com os preços internacionais do milho futuro subindo. As principais cotações registraram movimentações positivas entre 6,25 e 20,75 pontos ao final do dia.


O vencimento em maio de 2021 foi cotado à US$ 7,59, com alta de 6,25 pontos; julho de 2021 valeu US$ 7,18, com ganho de 10,25 pontos; setembro de 2021 foi negociado por US$ 6,45, com elevação de 14,50 pontos; e dezembro de 2021 teve valor de US$ 6,25, com valorização de 20,75 pontos.


Esses índices representaram altas, com relação ao fechamento da última quarta-feira, de 0,80% para maio de 2021, de 1,41% para julho de 2021, de 2,22% para setembro de 2021 e de 3,48% para dezembro de 2021.


Segundo informações da agência Reuters, os futuros do milho em Chicago estenderam uma alta na quinta-feira acima das máximas de oito anos, uma vez que o tempo seco ameaçou os rendimentos da colheita no grande exportador Brasil e manteve o foco no declínio do fornecimento global.


A publicação destaca que as perdas na safra de milho devido à seca no Brasil podem mudar a demanda de exportação para os Estados Unidos, que já está lutando com estoques apertados. “Ainda estamos muito secos no Brasil. Essa safra está recuando”, disse o presidente da corretora norte-americana Midwest Market Solutions, Brian Hoops.


A reportagem acrescenta ainda que o aumento dos preços da soja e do milho da nova safra refletiu a batalha para incitar os agricultores dos Estados Unidos a aumentar as plantações para repor os estoques apertados.


Os corretores estão começando a ficar nervosos com a possibilidade de o clima frio retardar o surgimento do milho recém-plantado. “Há algumas preocupações de que a safra deste ano não seja um dos melhores começos de todos os tempos”, disse Hoops.


De acordo com a agência de alimentos das Nações Unidas, os preços mundiais dos alimentos aumentaram pelo 11º mês consecutivo em abril, para uma alta de quase sete anos. “O sentimento é bastante otimista, não apenas no milho, mas em todo o complexo de grãos”, disse o economista de agronegócio do National Australia Bank, Phin Ziebell.



Guilherme Dorigatti

Fonte: Notícias Agrícolas

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