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As condições que viabilizam o sucesso do etanol de milho no Brasil

Matéria-prima barata e abundante, localização e demanda por subprodutos são fundamentais para usinas que produzem com o grão, aponta estudo do Pecege


A produção de etanol de milho no Brasil está em firme ascendência. Na previsão da União Brasileira do Etanol de Milho (Unem), serão produzidos cerca de 2,5 bilhões de litros em 2020/21. Se isso se concretizar, o aumento será de 54,32% em relação ao resultado de 2019/20, de 1,62 bilhão de litros.


Segundo um relatório do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA), o biocombustível produzido com o grão está sendo atualmente fabricado em 16 usinas, sendo que quatro delas processam apenas o milho. A expectativa da indústria, segundo o departamento, é que pelo menos outras sete plantas, que já estão nos estágios de planejamento, desenvolvimento ou construção, entrem em operação até 2022.


Este compromisso com o aumento na produção do biocombustível com o cereal vem de um otimismo na indústria como um todo. Diferentemente do que ocorre com a cana-de-açúcar, o mercado do milho sofre menos com sazonalidades da safra, influências climáticas e dificuldades de armazenamento. Somado aos incentivos à produção de biocombustíveis, o cenário é atrativo.


O gerente de projetos do Instituto de Pesquisa e Educação Continuada em Economia e Gestão (Pecege), Haroldo Torres, porém, acredita que é preciso olhar para este cenário com cautela. Para ele, é necessário entender a viabilidade da produção do etanol de milho, especialmente nas usinas que processam apenas o grão, levando em consideração produtos, demanda, mercado e, claro, custos.


“Até o início deste ano, a gente vinha em uma onda otimista de etanol de milho no Brasil e, em março, tivemos a tempestade perfeita, quando o preço do milho explodiu e o do etanol, despencou”, comenta, em entrevista ao novaCana. Na sua opinião, a pandemia afetou o mercado ainda mais quando é somada às disputas de preço de petróleo. “Precisamos ser mais realistas com o etanol de milho no Brasil”, completa.


“A produção de etanol de milho faz todo sentido, tem condição de crescer e é uma operação viável e operacionalmente interessante, mas depende de características geográficas. Eu acho que a gente começou a se esquecer disso”, Haroldo Torres (Pecege)

Torres afirma que, no cenário adverso e inesperado que se apresentou este ano, o setor do etanol de milho só se manteve graças aos subprodutos do processamento do grão, uma das principais características que tornam a produção do renovável sustentável e até viável.



Fonte: novaCana.com

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