A conta de luz dos consumidores brasileiros deverá ter aumento médio acima da inflação em 2024 e a tendência é que a região Sul do país, onde estão localizados os estados do Rio Grande do Sul, Paraná e Santa Catarina, seja a mais impactada.
A conclusão, recém-divulgada por um estudo da Volt Robotics, aponta que o Sul do Brasil deverá registrar uma elevação na tarifa de energia elétrica residencial de 9,2% no ano que vem.
Trata-se de aumento que supera as elevações médias previstas para as regiões Centro-Oeste (7,8%), Sudeste (7,5%) e Norte/Nordeste (3,4%). Para esses índices, foi considerado um reajuste acima da inflação entre 3,9% e 6,7% e uma inflação anual na casa dos 4%.
Claudio Elias Carvalho, diretor de tarifas da Volt Robotics, explica que alguns motivos explicam os aumentos. O primeiro deles envolve o aumento de encargos esperados da CDE (Conta de Desenvolvimento Energético), estimado em mais de R$ 2 bilhões.
O segundo tem relação com os encargos de energia de reserva, no qual se espera um aumento considerável para 2024. “As usinas (termelétricas) que foram contratadas no regime de emergência durante o auge da crise hídrica tinham valores muito altos, uma vez que foram acordadas para operar até 2025”, destacou.
“Elas custaram em torno de R$ 40 bilhões. É um valor astronômico e boa parte dessas usinas acabou atrasando, enquanto algumas não entraram em operação e outras tiveram problemas na Justiça. Essas usinas vão ser pagas e terão um custo muito alto no ano que vem. Elas entram integralmente na conta de luz”, complementou.
Por fim, o executivo disse que outro fator para o aumento da conta de luz, principalmente na região Sul, envolve os créditos de PIS (Programa de Integração Social) e COFINS (Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social).
“Esse crédito, que vem sendo utilizado ano a ano em algumas concessionárias, já acabou em algumas delas e em outras o ritmo já diminuiu”, pontuou.
“Especialmente, em algumas distribuidoras da região Sul, estamos enxergando uma redução significativa também da utilização desses créditos para 2024. Só a Copel, por exemplo, mais de um R$ 1 bilhão em créditos foram usados para abater a tarifa neste ano. Isso acaba tendo um impacto muito grande no ano que vem”, ressaltou.
O estudo da Volt Robotics foi calculado a partir da observação das tarifas residenciais e projetadas a partir de inteligência artificial.
Para o índice de projeção futura foram consideradas 26 distribuidoras de energia elétrica:
Celesc;
Cemig;
Copel;
CPFL Paulista;
CPFL Piratininga;
EDP Espirito Santo;
EDP São Paulo;
Enel Ceará;
Enel Rio de Janeiro;
Enel São Paulo;
Equatorial Goiás;
Energisa Mato Grosso;
Energisa Mato Grosso do Sul;
Energisa Pernambuco;
Energisa Tocantins;
Equatorial CEEE,
Equatorial Maranhão;
Equatorial Pará;
Equatorial Piauí;
Light;
Neoenergia Celpe;
Neoenergia Coelba;
Neoenergia Cosern;
Neoenergia Brasília;
Neo Elektro;
RGE.
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