A restrição de diesel S10 no Brasil já afeta 24 estados, sem contar o Distrito Federal, de acordo com uma pesquisa realizada com mais de 100 postos em todo o país pela consultoria Posto Seguro Brasil no final da semana passada. Apenas Amazonas e Roraima não registravam problemas.
A restrição não significa necessariamente uma falta de produto, mas um retardo nas entregas realizadas pelas distribuidoras. Por exemplo, um posto fazia um pedido antigamente e recebia o produto no mesmo dia ou no máximo no seguinte. Agora, esse pedido leva mais dias para ser entregue, porque há uma fila de entregas.
O cenário é ainda pior nas fazendas, segundo Nélio Wanderley, CEO da consultoria, já que nessas localidades o envio de diesel é diferenciado. "O transportador revendedor retalhista, o TRR, é autorizado a comprar grandes quantidades de combustível e revendê-lo para outras empresas, como as fazendas", disse em entrevista.
Ele explica que no Sertão da Bahia, por exemplo, há TRRs parados que precisam entregar para áreas rurais.
O Sindicato Nacional do Transportador-Revendedor-Retalhista (SindTRR), inclusive, pediu providências das autoridades no que chama de "uma crise sem precedentes de restrição no fornecimento de diesel, provocada pelo fornecimento das empresas responsáveis pelo suprimento" (veja a nota completa ao final do texto).
"O SINDTRR desde o início da crise não tem poupado esforços para denunciar os fatos e buscar uma solução emergencial, junto a Petrobras, Ministério de Minas e Energia e da Agência Nacional do Petróleo, apontando e comprovando as restrições impostas, apesar de notícias informando que os estoques estão normais e que não existe desabastecimento", diz a entidade.
Wanderley explica que o Brasil importa cerca de 25% do petróleo consumido. Porém, com a nova política de preços – que não utiliza somente o Preço de Paridade Internacional (PPI) –, os importadores passaram a ter dificuldade de comprar o produto no exterior para vender internamente mais barato.
A Petrobras anunciou aumento de R$ 0,78 no diesel a partir da quarta-feira (16), que já foi repassado ao consumidor.
O consultor acredita que o cenário de restrição do combustível mais consumido do país deve levar algumas semanas ainda para ser normalizado. "Devemos ter uma melhora apenas em meados de setembro ou outubro", afirma Wanderley.
O preço médio do diesel no país na última semana foi de R$ 5,93/l, segundo pesquisa da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP). O preço máximo, porém, chegou a R$ 7,62/l. O combustível registrou a quarta semana consecutiva de alta.
Fonte:https://www.noticiasagricolas.com.br/
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