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Regulação e custo são barreiras para o armazenamento de energia

Para alcançar a meta de emissões líquidas zero até 2050, as adições anuais de sistemas de armazenamento de energia devem aumentar para uma média de 120 GW entre agora e 2030, segundo estimativas do Banco Mundial.


A ideia é que as baterias sejam um apoio à expansão de fontes solar e eólica, já que o mundo pretende triplicar sua capacidade renovável até o fim desta década.


Mas enquanto aproximadamente 192 GW de energia solar e 75 GW de energia eólica foram instalados em 2022, apenas 16 GW/35 GWh (gigawatt-hora) de novos sistemas de armazenamento foram implantados.


A expansão desses sistemas para os níveis necessários esbarra em pelo menos dois fatores: regulação e custo.


Uma pesquisa da DNV com mais de 400 executivos da indústria ao redor do globo mostra que, em muitos países, as políticas energéticas ainda não estão olhando com atenção para o papel das baterias na descarbonização da matriz elétrica. 


Há alguns poucos bons exemplos. Um deles é a recente Lei de Redução de Inflação (IRA, em inglês) sancionada por Joe Biden, nos EUA.


Ao conceder um crédito fiscal federal de 30% sobre o custo de instalação de sistemas de armazenamento de energia, o país viu as instalações saltarem em certas regiões. 


Na Califórnia, por exemplo, que também já possuía suas próprias políticas de incentivo, o armazenamento à bateria na rede agora é vinte vezes maior (5 GW) que em 2019. A projeção é chegar a 19,5 GW até 2035 e 52 GW até 2045.



No quesito custo, a pesquisa da DNV aponta que a demanda por alguns novos insumos de sistemas de energia — como semicondutores e lítio — está a caminho de um crescimento sustentado e forte. 


“Isso poderia levar a oscilações acentuadas de escassez para abundância, com volatilidade de preços acompanhando. Alguns analistas esperam esse tipo de efeito pêndulo no mercado global de lítio, que é previsto para ficar excedente por alguns anos a partir de 2024 antes de cair em escassez em 2029”, diz o relatório.



Baterias nos leilões brasileiros. Uma incógnita que paira sobre o 2º leilão de reserva de capacidade, previsto para 30 de agosto deste ano, é a inclusão ou não dos sistemas de armazenamento de energia por baterias (BESS, na sigla em inglês). A tecnologia busca espaço junto com biogás, biomassa e hidrogênio.


Embora tenha sido defendida publicamente pelo ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira (PSD), como uma solução para a licitação, a inclusão das baterias é vista com ressalvas pelas áreas técnicas da pasta, que argumentam que a tecnologia carece de “regulamentação devidamente madura”.


Para alguns agentes do mercado, no entanto, mesmo sem regulamentação específica, o armazenamento deve ser considerado como uma estratégia para dar mais segurança ao sistema.


A contribuição da EDP à consulta destaca, por exemplo, que a tecnologia cumpre “papel crucial” ao reduzir picos de geração, melhorar a eficiência da infraestrutura elétrica e otimizar a contratação do sistema de transmissão de projetos renováveis.


 

Já a Cymi Renováveis defende que as baterias permitem que projetos eólicos e solares tenham flexibilidade de despacho, enquanto empresas de transmissão de energia veem nos sistemas de armazenamento uma nova oportunidade de negócios.Estudo da Clean Energy Latin America (Cela) estima que o mercado de armazenamento deve crescer 12,8% ao ano até 2040, e adicionar até 7,2 GW de capacidade instalada, movimentando mais de US$ 12,5 bilhões no Brasil.


A estimativa considera o cenário atual, sem políticas específicas para a tecnologia. No entanto, a consultoria afirma que a adição de capacidade poderia chegar a 18,5 GW no período, com incentivos e metas para fomentar a integração das baterias à infraestrutura de geração, transmissão e distribuição de energia elétrica.




 

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