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Projetos de etanol de trigo têm capacidade para atender 30% da demanda do RS, diz Itaú


Os três novos projetos privados de indústrias de etanol de trigo no Rio Grande do Sul, anunciados no ano passado pela BSBios, CB Bioenergia e Cotrijal, têm capacidade de atender 30% da demanda local de etanol, projetou o Itaú BBA, em relatório sobre o setor.


Segundo o banco, os projetos envolvem aporte de cerca de R$ 1 bilhão e a capacidade instalada somada das plantas poderá alcançar 300 bilhões de litros do biocombustível por ano. “No ano de 2022, segundo estimativas do Itaú BBA, no Rio Grande do Sul, o consumo total de etanol (anidro e hidratado) totalizou 892 milhões de litros. A capacidade prevista já atenderia pouco mais de 30% do consumo local”, calculou a instituição financeira.

Na avaliação do banco, o consumo de etanol hidratado pelo Rio Grande do Sul é “baixo”, considerando que o biocombustível tem cerca de 1% de participação de mercado no ciclo Otto (gasolina C e etanol hidratado) do estado ante cerca de 36% reportados em São Paulo.

“O baixo consumo do etanol hidratado no estado é consequência do pequeno volume produzido na região, que faz com que os preços do etanol não sejam competitivos com o preço da gasolina nos postos”, diz o banco, que segue: “Quando comparamos os preços dos combustíveis, o etanol hidratado nos postos do Rio Grande do Sul apresenta valores acima dos 90% do preço da gasolina C”.

Para o banco, esses números mostram que há uma “potencial demanda” no estado para absorver o biocombustível produzido por essas novas plantas, se os preços forem atrativos para os carros flex. “As oportunidades são promissoras ao novo segmento da cadeia”, ressaltou.

O Itaú BBA pondera, contudo, que há pontos sensíveis no setor, como: o fato de o Brasil ainda ser um importador de trigo; o aumento projetado para a produção de etanol de milho, que deve totalizar 10 bilhões de litros em 2030; a flexibilidade das usinas de açúcar permitir um maior direcionamento de cana para a produção para o etanol; e uma possível queda nas cotações do biocombustível caso haja excesso de oferta de etanol no estado.

“A título de cálculo, se considerarmos o volume adicional de 300 milhões de litros de etanol hidratado, será necessário um volume adicional de 790 mil toneladas, ou seja, uma adição de 17% na produção do Rio Grande do Sul em relação à produção de 2022”, observa o banco.

Os analistas ainda completam: “No tocante às cotações, embora seja possível lançar mão do mercado futuro para gerir o risco dos preços do trigo, como não é possível fazer hedge de etanol, a gestão de risco da margem é um pouco mais desafiadora”.


Fonte:https://www.novacana.com/

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