Valor cobrado pelo biocombustível diminuiu 1,86%, enquanto o de seu concorrente fóssil retraiu 0,32%; relação entre os preços reduziu para 71,8%
Os preços do etanol e da gasolina nas bombas caíram na média nacional, somando a terceira retração consecutiva para o renovável. Por sua vez, o combustível fóssil teve sua primeira queda após cinco altas.
Entre 15 e 21 de maio, o biocombustível passou de R$ 5,323 por litro para R$ 5,224/L na média nacional, queda de 1,86%. Já a gasolina foi de R$ 7,298/L para R$ 7,275/L, diminuição de 0,32%.
Os valores correspondem ao levantamento semanal realizado pela Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP).
Nas usinas paulistas, o etanol hidratado saiu de R$ 3,3587/L para R$ 3,3469/L, queda de 0,35%, segundo dados do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), da Esalq-USP. Também houve retração de 0,56% nas produtoras mato-grossenses, mas aumento de 0,66% nas goianas.
Na semana, de acordo com a ANP, a relação entre o preço do biocombustível e o de seu concorrente fóssil nos postos foi de 71,8%, abaixo do resultado do período anterior, de 72,9%. Esta é a terceira baixa no indicador depois de seis aumentos consecutivos.
Ainda assim, o etanol segue sendo economicamente favorável aos motoristas somente na média de dois estados: Mato Grosso e Goiás.
Com isso, o etanol permanece sem competitividade na média nacional. Ou seja, o preço do biocombustível ficou acima de 70% do custo da gasolina, faixa em que o renovável é tido como economicamente vantajoso para os consumidores.
As comparações de valores nos postos não são exatamente precisas, já que o levantamento dos preços de combustíveis realizado pela ANP ainda não está sendo realizado em todas as cidades brasileiras e o número de localidades pesquisadas muda. Na semana analisada, foram levantados os dados de 425 municípios, seis a mais do que no período anterior.
Variações nos estados
Segundo a ANP, entre 15 e 21 de maio, o preço do etanol subiu na média de oito estados e caiu em 18 e no Distrito Federal. A gasolina, por sua vez, caiu em 18 unidades da federação.
Em São Paulo, maior produtor e consumidor de etanol do país, o biocombustível teve um decréscimo de 2,08%, custando R$ 4,944/L em média; já a gasolina foi vendida a R$ 6,908/L, queda de 0,49%. Com isso, a relação entre os preços ficou em 71,6%, abaixo do índice de uma semana antes de 72,7%, mas ainda desfavorável ao etanol. A pesquisa foi feita em 107 cidades paulistas, mesma quantidade do que no último levantamento.
Em Goiás, o etanol foi comercializado a R$ 5,092/L na média da semana analisada, queda de 2,06%. Enquanto isso, a gasolina subiu 0,14%, para R$ 7,605/L. Assim, a relação entre os preços dos combustíveis ficou em 67%, menor que os 68,5% de uma semana antes, com o etanol seguindo favorável e com o melhor índice entre todos os estados. Segundo a ANP, 17 cidades goianas foram consideradas no levantamento, uma a mais do que na semana anterior.
Por sua vez, Minas Gerais registrou um decréscimo de 2,21% no preço médio do etanol, que foi comercializado a R$ 5,393/L. A gasolina passou por uma queda de 0,46% e foi negociada a R$ 7,531/L, em média. Com isso, o renovável custou o equivalente a 71,6% do preço do combustível fóssil, abaixo dos 72,9% vistos na semana anterior, com o etanol mantendo uma média não competitiva no estado. No total, 53 municípios mineiros participaram da pesquisa, mesmo número do uma semana antes.
Em Mato Grosso, o preço médio do etanol teve uma queda de 2,09%, indo para R$ 4,781/L, o menor valor dentre todas as unidades da federação. Na semana, a gasolina teve uma redução de 0,34%, passando a custar R$ 7,038/L. Desta forma, a relação entre os preços ficou em 67,9%, abaixo dos 69,1% de uma semana antes e permanecendo economicamente vantajosa ao consumidor. A ANP fez a pesquisa em sete municípios mato-grossenses, mesmo valor do total registrado no último levantamento.
Já em Mato Grosso do Sul, o etanol caiu 1,64%, ficando em R$ 5,506/L. A gasolina, por sua vez, teve uma queda de 0,73%, para R$ 7,029/L. Assim, o biocombustível custou o equivalente a 78,3% do preço de seu concorrente fóssil, abaixo dos 79,1% de uma semana antes, porém ainda sendo a mais alta relação entre os seis principais estados produtores de etanol do país. Sete cidades participaram do levantamento.
Por fim, no Paraná, o biocombustível custou o equivalente a 76,3% do preço da gasolina. No período, o renovável teve uma queda de 1,1%, sendo vendido por R$ 5,561/L na média estadual, o valor mais alto entre os maiores produtores do biocombustível. Já a gasolina caiu 0,05%, indo para R$ 7,284/L. No total, 27 cidades foram pesquisadas no estado, duas a mais do que o visto uma semana antes.
Os preços do etanol e da gasolina por região, estado ou cidade desde 2018 estão disponíveis na planilha interativa (exclusiva para assinantes). Também estão disponíveis gráficos avançados e filtros interativos sobre o comportamento dos preços.
Comparação comprometida
Após mais de dois meses em pausa, o levantamento de preços nos postos voltou a ser realizado semanalmente no final de outubro de 2020. Ainda assim, as comparações entre as análises não são precisas, já que o número de municípios pesquisados vem mudando semanalmente, conforme já era previsto pela ANP.
Entre 15 e 21 de maio, 425 cidades foram pesquisadas, seis a mais do que no período anterior. O levantamento inclui todas as capitais dos estados brasileiros. Algumas localidades deixaram de participar no comparativo semanal, mudando o número de municípios de alguns estados.
Apesar da progressão no número de cidades, o total está abaixo do objetivo divulgado pela ANP: 459. A agência vem demonstrando dificuldades em cumprir com o esperado em relação ao levantamento desde a pausa, quando tinha uma expectativa de data de retomada que não foi atingida e atrasou mais de um mês.
Com este retorno gradual, os números seguem não correspondendo à média dos postos dos estados como ocorria antes da pausa. A comparação semanal também deve ser observada com cautela, já que a amostra pode aumentar ou diminuir semanalmente.
Fonte: www.novacana.com
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