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Petróleo tem maior cotação em sete anos e deve subir mais, impactando combustíveis

Barril superou US$ 88 em Londres, com tensões geopolíticas e demanda crescente; Goldman Sachs já prevê cotação a US$ 100 no terceiro trimestre


O preço do barril de petróleo atingiu, nesta terça-feira, o preço mais alto em sete anos. Tensões geopolíticas, demanda robusta e sobrecarga logística aquecem a demanda e a cotação da commodity.


O preço do barril do tipo Brent, com contrato para março, terminou o dia cotado a US$ 87,51, com alta de 1,2%. Foi um recorde desde 30 de outubro de 2014, quando atingiu US$ 86,74. Na véspera, havia fechado em alta de 0,5%, a US$ 86,48 o barril.

Já o preço do barril do petróleo Texas (WTI), de referência nos Estados Unidos, fechou a terça em US$ 85,43, com alta de 1,9%. Foi também a maior cotação desde outubro de 2014.


E tudo indica que o preço vai continuar subindo ao longo de 2022. O banco Goldman Sachs prevê que o Brent vai chegar a US$ 100 no terceiro trimestre do ano, o que significa aumento do preço dos combustíveis ao longo deste ano. Isso também significa mais aumento de combustíveis no Brasil, já que a Petrobras pratica uma política de alinhamento dos preços com o mercado internacional.


Petróleo subiu mais de 50% no ano passado


A alta do petróleo está ligada a carregamentos mais caros na Ásia, na medida em que se reduzem os temores de impacto da variante ômicron do novo coronavírus sobre a demanda. Ao mesmo tempo, houve uma série de interrupções na produção em diferentes regiões, afetado a oferta mundial.

Um ataque com drones a instalações petrolíferas nos Emirados Árabes na segunda-feira aumentou os riscos geopolíticos que influenciam o preço da matéria-prima para combustíveis.

No ano passado, o preço do petróleo Brent subi mais de 50% e o do WTI, mais de 55%, impulsionados pela retomada da demanda global com o fim das restrições sanitárias no começo do ano.

“A demanda continua aumentando e a capacidade ociosa continua caindo, então isso deve manter os preços sustentados este ano”, disse o analista do UBS Group AG, Giovanni Staunovo, em Zurique.


Pressão extra sobre a Petrobras


Para o diretor do Centro Brasileiro de Infraestrutura (CBIE), Adriano Pires, a tendência é que o preço da commodity continue alto tanto por fatores geopolíticos quanto pelo cenário de demanda aquecida.


“Do ponto de vista econômico, você tem pressão no preço, porque o mundo deve voltar a crescer um pouco este ano, os estoques da Opep estão sendo reduzidos e você não tem nenhum país que possa entrar com uma oferta que estabilize preço”, relata.


Pires destaca que a cadeia do petróleo segue sofrendo os efeitos das paralisações impostas pela pandemia, que reduziram a produção de petróleo, diminuindo investimentos e quebrando a cadeia produtiva.


No cenário interno, a tendência é que os preços dos combustíveis tenham novos aumentos por parte da Petrobras.


Isso ocorre porque a companhia mantém a política de ajustar seus preços de acordo com os praticados no mercado internacional. O fato de o real estar desvalorizado ante o dólar aumenta ainda mais o preço ao consumidor, já que o petróleo é cotado em moeda americana.


Gasolina chega a R$ 7,89 o litro


Na semana passada, a estatal anunciou um novo aumento nos preços de venda de gasolina e diesel para as distribuidoras. Foi a primeira alta em 77 dias.


De acordo com dados da Agência Nacional do Petróleo (ANP), já há gasolina vendida por R$ 7,89 nas bombas. Em janeiro do ano passado, o litro da gasolina custava em média no Brasil R$ 4,483. De lá para cá, a alta chega a 47,4%.


“Se a Petrobras continuar com a autonomia que ela tem hoje, você vai ter subidas de preços de gasolina, diesel e botijão, o que é inevitável. Além do petróleo estar caro, vamos continuar tendo um câmbio muito depreciado”, disse Pires, destacando que ainda há espaço para aumento em relação aos preços vistos no exterior.



Vitor da Costa

Fonte: www.novacana.com

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