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PEC dos Combustíveis pode impactar fluxo de caixa de sucroenergéticas, diz Fitch Ratings


As propostas de emenda à combustíveis (PECs) em tramitação na Câmara e no Senado, que visam permitir que os governos estaduais e federal reduzam os impostos sobre os combustíveis em 2022 e 2023 sem compensação fiscal, devem ter impacto negativo nos fluxos de caixa dos emissores brasileiros do setor sucroenergético, de acordo com a Fitch Ratings.


No entanto, não é esperado que haja impacto nos ratings, uma vez que o setor deve continuar se beneficiando dos esperados altos preços do açúcar e do etanol.


De acordo com a Fitch Ratings, os impostos federais sobre a gasolina são mais altos do que os que incidem sobre o etanol, e a gasolina comercializada na bomba no Brasil contém 27% de etanol anidro.


Supondo que os impostos federais sobre a gasolina na refinaria e sobre o etanol anidro na usina sejam reduzidos a zero, a redução dos preços da gasolina na bomba reduziria o preço líquido de impostos do etanol hidratado nas usinas, para manter inalterada a paridade de preços entre ambos na bomba.


Além disso, se os governos estaduais reduzirem o Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) sobre os combustíveis, o impacto sobre as margens dos emissores do setor de açúcar e etanol seria maior.


Usinas com mais cana de terceiros devem ser menos impactadas


Ainda conforme a agência de classificação de risco, os fluxos de caixa operacionais das processadoras de cana-de-açúcar com grande presença de cana de terceiros no mix de originação devem ser menos afetados pela PEC em comparação com as produtoras de etanol à base de milho ou processadores de cana-de-açúcar focados em cana própria.


A Raízen Energia e a Zilor, por exemplo, seriam menos impactadas devido ao mecanismo de preços do Consecana, segundo o qual os preços da cana-de-açúcar estão atrelados aos do mercado de açúcar e de etanol.


Já a Jalles Machado e as produtoras de etanol à base de milho, como a FS Bioenergia e a Inpasa não se beneficiariam deste mecanismo de precificação na compra de matéria-prima, que é mitigado pelo cenário de preços atualmente positivo para estas commodities.


Se os impostos sobre o preço do diesel também forem reduzidos e a taxa de câmbio brasileira permanecer estável, os custos e as despesas de logística de todos os emissores devem decrescer segundo a Fitch, pois o diesel é um componente logístico fundamental.


Ainda de acordo com a Fitch Ratings, a geração de fluxo de caixa dos emissores do setor sucroenergético deve ser beneficiada pelos altos preços do açúcar e etanol e pela recuperação dos volumes moídos na safra 2022/23. As vendas dos produtores de etanol à base de milho serão beneficiadas pelos recentes investimentos voltados à expansão.


A agência cita que a combinação de preços internacionais do açúcar acima de US$ 18,50 centavos por libra-peso com o real fraco está sustentando os preços do açúcar em reais em patamares historicamente altos.


Além disso, embora as expectativas de um mercado de etanol altamente lucrativo tenham reduzido o volume de operações de hedge de açúcar neste ano em relação ao mesmo período de 2021, alguns emissores fecharam posições de açúcar em R$ 1.800/t para 2022/23 e acima de R$ 2.000/t para 2023/24.


A Fitch ainda acredita que a combinação de preços médios do petróleo Brent a US$ 70 por barril e uma taxa de câmbio de US$ 5,50/R$ em 2022 resultará em preços médios do etanol em linha com os de 2021.


Os preços do etanol hidratado foram, em média, de R$ 3,29 por litro na usina, em São Paulo, em janeiro de 2022, o que representa um aumento de 57% em relação aos R$ 2,09/L em janeiro de 2021.



Por: Natália Cherubin

Fonte: novacana.com

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