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Honeywell planeja escalar a produção de SAF no Brasil

Entre os projetos de construção de unidades para a produção de combustível sustentável de aviação (SAF), há dois que se baseiam na conversão de óleos vegetais e gorduras residuais, utilizando a já consolidada rota HEFA (ésteres hidroprocessados e ácidos graxos). À frente desse movimento estão a Petrobras e a Acelen. E por trás, fornecendo a tecnologia para tornar essas plantas uma realidade, está a Honeywell UOP.

O braço de processos da Honeywell fechou recentemente esses dois contratos para licenciar a tecnologia Ecofining. A Petrobras produzirá SAF na Refinaria Presidente Bernardes (RPBC), em Cubatão (SP), usando óleo de soja e sebo bovino como matérias-primas. No caso da Acelen, a matéria-prima será o óleo de macaúba na futura biorrefinaria anexa à refinaria de Mataripe, em São Francisco do Conde (BA).

A tecnologia Ecofining está licenciada em mais de 50 unidades de produção de combustíveis avançados no mundo e em operação em parte delas. Por meio de processos de hidrodesoxigenação e hidroisomerização, ela converte óleos e gorduras, como óleo de soja, óleo de macaúba, óleo de canola, óleo de cozinha usado e sebo bovino em produtos finais como SAF e HVO (diesel renovável).

“O Brasil tem uma disponibilidade muito grande dessas matérias-primas, uma cadeia muito estabelecida de óleos vegetais, muito em função do biodiesel. Há essa cadeia muito organizada e que facilita a implementação dessa rota”, analisa o diretor de vendas da Honeywell UOP, Leon Melli.

Para a Honeywell, o Brasil deverá se posicionar como um dos líderes globais no mercado de biocombustíveis avançados, incluindo o SAF, até mesmo pelo histórico com gerações anteriores de biocombustíveis, como etanol e biodiesel, além de uma grande disponibilidade de matérias primas. E do ponto de vista da empresa, os contratos assinados com a Petrobras e a Acelen, são o começo desse movimento.

“Acreditamos que esses contratos representam um marco estratégico muito importante para a entrada definitiva do Brasil como um player relevante nesse mercado global”, prossegue Melli.

Ele complementa: “A Honeywell está pronta, tanto do ponto de vista de disponibilidade de tecnologias como de atuação no mercado local, para dar todo o suporte necessário para que o Brasil possa efetivamente concretizar o seu papel de líder e não de ser um exportador de commodities e sim um produtor de produtos acabados de alto valor agregado”.

Etanol é o próximo passo

As parcerias com a Petrobras e a Acelen, segundo a Honeywell UOP, são apenas o começo, já que a empresa fornece outros tipos de tecnologias que podem ser determinantes para a entrada do Brasil no mercado de produção de SAF. Além do Ecofining, a companhia aposta fortemente na rota Ethanol To Jet, que transforma etanol em combustível sustentável de aviação.

No país, a cana-de-açúcar desponta para esse caminho, inclusive com etanol de segunda geração, com uma pegada de carbono menor.

Por enquanto a Honeywell UOP não anunciou nenhum contrato com empresas que estão desenvolvendo projetos para a produção de SAF a partir do etanol no Brasil, mas segue em tratativas para que feche contratos também para fornecer a licença da tecnologia. Dessa maneira, a companhia conseguiria se posicionar estrategicamente no mercado local de combustível sustentável de aviação.

“Sem dúvida é um mercado que acreditamos fortemente. O setor sucroalcooleiro é muito organizado no Brasil e vem olhando de maneira integrada para essa nova oportunidade de migrar para a produção de um combustível de altíssimo valor agregado dentro do mercado, assumindo um risco tecnológico muito baixo, porque são processos já industrialmente instalados”, aponta Melli.

A produção de SAF ainda está longe de ser uma realidade no Brasil. Para mudar esse cenário, a Honeywell UOP espera que haja um aceno mais claro e rápido do poder público para incentivar os biocombustíveis. O projeto de lei do Combustível do Futuro, que foi aprovado pela Câmara dos Deputados e está em análise no Senado, é visto como um começo, mas que precisa ser acompanhado de outras iniciativas.

“É um passo muito importante que mostra solidez e seriedade em relação a esse mercado. Não vai ser o único, vamos precisar acelerar o que tem feito para efetivamente termos um mercado de combustíveis avançados implementado, operacional e gerando produtos efetivamente o mais rápido possível. Isso vai ser muito importante para que o Brasil consiga cumprir com o seu potencial”, finaliza Melli.


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