O governo lançou oficialmente o programa Energias da Amazônia, que tem o objetivo de descarbonizar a região ao reduzir a geração de energia a partir de termelétricas movidas a óleo diesel. O decreto que institui a iniciativa foi assinado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e publicado nesta 5ª feira (17.ago.2023) no DOU (Diário Oficial da União). Eis a íntegra (103 KB).
O programa já havia sido anunciado em 4 de agosto, em Parintins. Como mostrou o Poder360, serão investidos R$ 5 bilhões para substituir a matriz energética de combustível fóssil para fontes menos poluentes e renováveis, diminuindo a emissão de gases causadores de efeito estufa na região da floresta.
Durante participação no evento AgroForum, realizado nesta 5ª (17.ago) pelo banco BTG Pactual, em São Paulo, o ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, afirmou que o programa vai agir em 3 frentes:
- Conversão de térmicas a diesel para o gás natural; - Instalação de linhas de transmissão em locais mais populosos; - Uso de energia solar em localidades menores e mais isoladas.
“É um programa extremamente importante do ponto de vista econômico e ambiental. Hoje, o que mais impacta a nossa conta de energia é a CDE (Conta de Desenvolvimento Energético), que está em torno de R$ 36 bilhões neste ano. Dentro dela, tem a CCC (Conta de Consumo de Combustíveis), que custa R$ 12,4 bilhões por ano. É esse dinheiro que banca o óleo diesel dos sistemas isolados do Norte do país e que vamos economizar”, afirmou Silveira.
A região Norte do Brasil consome R$ 12 bilhões por ano para suprir o fornecimento de energia nos sistemas de geração isolados da Amazônia, que produzem energia a partir de termelétricas a óleo diesel. Esses sistemas abastecem 211 comunidades na região amazônica, contendo cerca de 3,1 milhões de pessoas.
De acordo com o ministro, “com as tecnologias de hoje e as potencialidades que temos na Amazônia, sobretudo com o gás natural, é possível mudar isso”. Ele afirmou que já existe disponibilidade de gás natural próximo as termelétricas da região e com isso “as térmicas movidas a óleo poderão ser a gás”.
“Também temos a possibilidade de levar mais linhas de transmissão, no caso de regiões com maior densidade demográfica ainda isoladas, e ainda energia fotovoltaica para aqueles sistemas isolados de menor porte”.
A meta do governo é reduzir o consumo de diesel para geração de energia em 70% na região até 2030. O programa abrange 37 obras de linhas de transmissão e distribuição para interligar 53 localidades ao SIN (Sistema Elétrico Nacional).
A principal obra do pacote será o Linhão de Tucuruí, que vai conectar Manaus (AM) a Boa Vista (RR). Roraima hoje é o único Estado ainda sem conexão com o SIN, dependendo 100% de geração de termelétricas, a maioria delas a diesel. A ordem de serviço para a construção foi assinada por Lula em 4 de agosto.
Fonte:https://www.biodieselbr.com/
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