Talvez o grande responsável pelo sucesso repentino da BYD tenha sido a sua bateria Blade, que permitiu dar mais autonomia aos seus carros sem aumentar (ou até abaixando) seu preço. Agora, a Geely anunciou que também tem uma Blade para chamar de sua, com números até melhores.
Curiosamente, ela também é chamada de Blade, mas por questões simples: essa tecnologia consiste basicamente numa bateria com o mesmo “recheio” de outras, mas num formato de tábua que facilita mais unidades serem acomodadas no carro. Ela também necessita de menos estrutura para se “conectar” ao chassi – fatores contribuem para a disputada densidade energética.
Os carros elétricos são pesados, e sofrem de um problema: para ter maior alcance, é necessário uma bateria maior. Só que isso trará mais peso, que diminuirá o alcance. Esse equilíbrio instável explica o destaque dado pela Geely aos 192 watt-hora de energia por quilo de bateria (Wh) do novo produto. Em comparação, as baterias laminares da BYD chegam aos 150 Wh/kg.
Para tanto, é necessário também mudar os detalhes da receita química da bateria, que é de lítio ferro-fosfato. A dona da Volvo alterou partes físicas como os diafragmas e os separadores (que são um dos componentes mais importantes aqui) e acrescentou nanotubos de carbono para diminuir a resistência elétrica.
Reações químicas mais eficientes resultaram, ainda, numa vida-útil prolongada: a Geely promete “um milhão de quilômetros com mínimo impacto na autonomia”. Logo, um carro que rode 20.000 km/ano, levaria 50 anos para perder cerca de 10% da sua capacidade de carga original.
Mas antes disso já podemos esperar carros com autonomia bem melhores e bem rápidos. O Volvo XC40, por exemplo, tem cerca de 138 Wh/kg, e cravou 415 km de alcance em nosso teste. Caso seu sucessor com a nova tecnologia da Geely, o alcance subiria para impressionantes 577 km. E é por avanços como esse que o segmento de luxo já se prepara para chegar à autonomia de 1.000 km.
Com tanto tempo e capacidade de rodagem, é natural que as pedras no caminho apareçam. Nesse caso, a Geely garante que foram realizados os mais intensos testes de impacto incluindo um tiro de rifle militar. Em vários cenários, sequer houve alteração no funcionamento. No caso do rifle, não houve nem princípio de incêndio, mas seria preciso trocar o módulo atingido de maneira tão peculiar.
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