A Empresa de Pesquisa Energética (EPE) passou a prever uma queda no consumo de etanol hidratado em 2025, em meio às incertezas quanto aos impactos de longo prazo do clima seco e dos incêndios nos canaviais neste ano.
Em projeção bimestral divulgada nesta quarta-feira, 23, o órgão vinculado ao Ministério de Minas e Energia (MME) prevê queda de 2%, para 20,8 bilhões de litros. Em agosto, a expectativa era de aumento do consumo em 2025 em 0,9%.
Apesar do sinal negativo, o volume esperado ainda é historicamente elevado, principalmente considerando o forte crescimento da demanda estimado para este ano em relação ao ano passado. A EPE prevê agora que o consumo de etanol hidratado encerrará este ano com crescimento de 17,4%, para 21,3 bilhões de litros.
Somente entre janeiro e agosto, as vendas de etanol hidratado no mercado interno registraram crescimento de 25,4% em comparação com o mesmo período de 2023. No acumulado desde janeiro, a demanda está registrando crescimento de 49%.
Os baixos preços do biocombustível em relação à gasolina em boa parte do país vem favorecendo a migração dos motoristas de carro flex para o consumo do renovável.
O aumento do consumo resultou em uma estabilização dos estoques, que começaram a safra mais cheios que o normal. Segundo a EPE, o volume armazenado se aproximou dos níveis de 2023 no mês de agosto.
A EPE também estimou que a demanda total por etanol, somando-se a do anidro (aditivo da gasolina) deve continuar crescendo em 2025, ainda que em ritmo menor. A expectativa da empresa é de um aumento de 8,5% na demanda total neste ano, para 33,6 bilhões de litros, e de um incremento de 0,2% no próximo ano, para 33,7 bilhões de litros.
Neste ano, o etanol (anidro e hidratado) vem ocupando uma participação de 45% no consumo de combustíveis do ciclo Otto. Para 2024, a EPE estima um aumento de 2,5% no consumo do ciclo Otto, e, para 2025, a expectativa é de um avanço de 2,6%. Essas projeções se amparam no aumento da renda média da população, segundo a EPE.
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