O consumo de etanol no Nordeste apresentou crescimento, alinhado com o cenário nacional. De acordo com o programa “Papo Bio&Petro“, do canal Nortear Energy, que foi ao ar no dia 26 de julho, a região registrou um aumento de 5,81% no consumo de etanol hidratado em comparação com o primeiro semestre de 2023. Esse crescimento reflete o avanço do etanol no mercado, mesmo em um período de entressafra no Nordeste e alta de preços. O episódio completo com os insights do “Papo Bio&Petro” pode ser acessado através do link.
Em nível nacional, o etanol hidratado, aquele vendido diretamente nos postos, teve um salto de 23,21% para 33,39% entre o primeiro semestre de 2023 e o mesmo período de 2024. Isso representa um aumento de 10,18 pontos percentuais, ou 10.735.380 litros a mais no consumo total de etanol no Brasil.
O consultor Geraldo Lucena, responsável pela análise apresentada no “Papo Bio&Petro”, destacou que o aumento no consumo do Nordeste ocorreu mesmo durante a entressafra, quando o abastecimento foi garantido por estados como Mato Grosso e Goiás. Com o início da moagem nas usinas da região no fim de julho e início de agosto, a expectativa é de que, com o aumento da oferta de etanol local, o preço do etanol melhore em relação à paridade com o combustível fóssil.
O Sudeste e o Centro-Oeste do Brasil lideram na produção de etanol, mas o Nordeste ainda enfrenta desafios significativos. Segundo o consultor Geraldo Lucena, o déficit de produção na região é de aproximadamente 1 bilhão de litros. No entanto, ele ressalta que esse déficit pode ser reduzido com novos investimentos, como o da Inpasa, em Balsas, no estado do Maranhão. A nova unidade da empresa está projetada para processar 1 milhão de toneladas de cereais, resultando na produção de 460 milhões de litros de etanol.
“O etanol não é apenas uma mercadoria, é uma indústria, um segmento do agronegócio que gera empregos, promove a sustentabilidade e é um produto genuinamente nosso”, destacou Lucena.
Especificamente na Paraíba, o aumento na participação do etanol foi notável, passando de 12,29% para 20,53% entre o primeiro semestre de 2023 e 2024, um crescimento de 8,24 pontos percentuais.
“A escolha crescente do etanol pelo consumidor, como se observa, é resultado da desfossilização que está em curso. Com a redução do uso dos combustíveis poluentes, cresce a compreensão e o engajamento, a economia para os motoristas combina com melhor qualidade, ninguém quer a continuidade do aquecimento e agravamento dos fenômenos climáticos”, disse Edmundo Barbosa, presidente-executivo do Sindicato da Indústria de Fabricação do Álcool na Paraíba (Sindalcool-PB).
Regiões com maior crescimento na preferência por etanol
De acordo com os dados apresentados, as regiões Sudeste e Centro-Oeste foram as que mais demonstraram aumento na preferência por etanol. No Sudeste, levando em consideração os primeiros semestres de 2023 e 2024, a participação do etanol cresceu de 33,44% para 45,71%, resultando em um aumento de 12,27%. No Centro-Oeste, o crescimento foi ainda maior, com a participação passando de 34,63% para 48,92%, um aumento de 14,29 pontos percentuais.
Em 2023, Mato Grosso do Sul era o estado com a maior proporção de consumo de etanol em relação à gasolina. No entanto, com os dados mais recentes do primeiro semestre de 2024, os estados que apresentaram maior venda de etanol em relação à gasolina agora incluem Mato Grosso do Sul, São Paulo e Goiás.
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