
O consumo de combustíveis do Ciclo Otto (motores de combustão interna que funcionam a partir da gasolina e do etanol) no Brasil continuará crescendo e deve superar 70 bilhões de litros por ano na próxima década.
Esse avanço gera oportunidade relevante para o aumento da participação do etanol, que já desempenha um papel fundamental na matriz energética do País.
A avaliação integra o estudo Mobilidade: consumo de etanol hidratado tem potencial para crescer no Brasil apresentado nesta terça-feira, 11 de março, pela Copersucar.
Confira destaques do estudo:
O estudo aponta uma mudança significativa na matriz de mobilidade brasileira com migração do uso de transportes coletivos (especialmente ônibus e trens metropolitanos) para transportes individuais (veículos próprios e por aplicativos) nos últimos 7 anos.
Influenciada por fatores como conforto, insegurança, tempo de viagem e preço, a participação do ônibus na preferência de mobilidade dos usuários caiu de 49% para 34% no período, enquanto o uso de veículos próprios cresceu de 22% para 30% e a de veículos por aplicativos, praticamente inexistente em 2017, já representa mais de 11%, mesma relevância alcançada pelas motocicletas.
O transporte por aplicativos e entregas já responde atualmente por 15% do consumo total de combustíveis do Ciclo Otto (motores de combustão interna a gasolina e etanol), fenômeno que também impacta a distância média anual percorrida por veículo, que aumentou de 13 para 14,5 mil quilômetros, impulsionada principalmente pela expansão dos aplicativos de transporte cujos veículos rodam de 3 a 5 vezes mais que os carros particulares.
Atualmente, 83% dos mais de 42 milhões de veículos da frota brasileira são flex (podem funcionar com etanol hidratado e gasolina).
No entanto, mais de 70% desses veículos ainda são abastecidos com gasolina ao invés de etanol hidratado na preferência dos consumidores, quadro que a Copersucar acredita que deve se alterar nos próximos anos em função do arcabouço atual de políticas públicas voltadas para a eficiência energética e a descarbonização, do compromisso do país com os biocombustíveis e de campanhas de educação e esclarecimento do consumidor sobre os benefícios econômicos, sociais e ambientais do etanol.
Renovação da frota está mais lenta
O estudo também aponta que a velocidade de renovação da frota brasileira está mais lenta: veículos com idade acima de 11 anos de utilização que representavam cerca de 30% da frota em 2015, já representam atualmente mais de 50%, aspecto importante onde o etanol também pode contribuir, ainda mais, para a redução de emissões.
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