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Como setor de petróleo e gás russo depende de gigantes ocidentais Exxon, BP e Shell


Qualquer ação que afete os interesses energéticos da Rússia destacará o papel desempenhado por alguns dos maiores atores do Ocidente.


O ​​Ocidente está prometendo sanções maciças a Moscou em resposta à invasão da Ucrânia pela Rússia.


O presidente francês, Emmanuel Macron, disse na quinta-feira (24) que as sanções europeias teriam como alvo as forças armadas, a economia e a energia da Rússia.


Acrescentou ainda que a decisão da Alemanha nesta semana de suspender a certificação do oleoduto Nord Stream 2 construído pela russa Gazprom mostra que o vasto setor de petróleo e gás não está fora dos limites.


Mas qualquer ação que afete os interesses energéticos da Rússia destacará o papel desempenhado por alguns dos maiores atores do Ocidente, que geraram bilhões de dólares para o Estado russo e estão entre os principais investidores estrangeiros do país.


Veja como as gigantes petroleiras ocidentais ExxonMobil, BP e Shell estão ajudando a manter a economia russa, dependente do petróleo, à tona.


ExxonMobil

A gigante petrolífera americana tem mais de 1.000 funcionários na Rússia e está no país há mais de 25 anos.


Sua subsidiária, Exxon Neftegas Limited, tem uma participação de 30% no Sakhalin-1 –um vasto projeto de petróleo e gás natural localizado na ilha de Sakhalin, no Extremo Oriente russo.


Ela opera o projeto desde 1995 em nome de um consórcio que inclui parceiros japoneses e indianos, bem como duas afiliadas da petrolífera russa Rosneft.


A ENL emprega mais de 700 cidadãos russos em cinco grandes locais de produção. A ExxonMobil também tem escritórios em Moscou e São Petersburgo.


Desde seu início, o Sakhalin-1 gerou mais de US$ 18,3 bilhões em pagamentos aos governos federal e regional russos.


Mas a Rússia não é tão importante para a ExxonMobil como costumava ser.

A ExxonMobil fez parceria anteriormente com a Rosneft para realizar atividades de exploração e pesquisa na Rússia, mas se retirou dessas joint ventures após sanções impostas pelos Estados Unidos e pela Europa após a anexação da Crimeia pela Rússia em 2014.


A empresa avaliou seus ativos russos em US$ 4 bilhões em seu relatório financeiro anual divulgado na quinta-feira. Mas isso representava menos de 2% de seus ativos de combustíveis fósseis.


A palavra “Rússia” não foi mencionada em sua recente teleconferência de resultados com analistas.


A ExxonMobil não respondeu imediatamente a um pedido de comentário.


BP

Em seu site, a BP se autoproclama “um dos maiores investidores estrangeiros na Rússia”.

Esse investimento se dá em grande parte por meio de uma parceria estratégica com a Rosneft, na qual detém uma participação de 19,75%.


A empresa britânica nomeia dois diretores para o conselho da Rosneft —o CEO da BP, Bernard Looney, e o ex-CEO Bob Dudley.


Por meio de três joint ventures com a Rosneft, a BP detém uma participação de 20% no projeto de petróleo Taas-Yuryakh, no leste da Sibéria.


A BP concluiu o acordo para adquirir essa participação em 2015, e a produção do projeto deveria atingir 100.000 barris por dia no ano passado.


A BP também possui 49% da Yermak Neftegaz — formada em 2016 — que está conduzindo exploração onshore em uma área combinada de cerca de 260.000 quilômetros quadrados nas bacias da Sibéria Ocidental e Yenisey-Khatanga.


A terceira joint venture abrange o projeto Kharampur, no qual a BP tem 49% de participação. Kharampur é um campo de petróleo maduro, mas a BP e a Rosneft estão planejando desenvolver o projeto para bombear gás.


A BP diz que há potencial para “dobrar a produção geral do campo”.


A BP não respondeu imediatamente a um pedido de comentário.


Shell

O maior envolvimento da empresa com sede no Reino Unido na Rússia é o Sakhalin-2, que descreve como um dos maiores projetos integrados de petróleo e gás do mundo.


A Shell tem uma participação de 27,5% no empreendimento, que é controlado pela Gazprom. Outros investidores incluem a Mitsui e a Mitsubishi do Japão.


O projeto inclui três plataformas offshore, uma instalação de processamento onshore, 300 quilômetros de dutos offshore e 1.600 quilômetros de dutos terrestres, um terminal de exportação de petróleo e uma planta de gás natural liquefeito (GNL).


A Shell diz que o Sakhalin-2 fornece cerca de 4% do atual mercado mundial de GNL.


Japão, Coreia do Sul e China são os principais clientes das exportações de petróleo e GNL.


Um porta-voz da Shell disse que está monitorando a situação de perto, mas se recusou a comentar os investimentos da empresa na Rússia.


Fonte: https://www.cnnbrasil.com.br/



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