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Combustível volta a subir e alta do diesel chega a 8%


A Petrobras anunciou um reajuste médio de 4,85% no preço da gasolina e um aumento de 8% no diesel vendido para as distribuidoras, nas refinarias, válido a partir de hoje. Principal vilão da inflação no ano passado, o preço dos combustíveis começa 2022 novamente pressionado pela valorização do petróleo no mercado internacional. Este é o primeiro aumento da Petrobras em 77 dias e também a primeira mudança nos preços do ano. O último movimento da empresa foi no fim de dezembro, quando a companhia fez ajustes pontuais no diesel, ao anunciar pequenas reduções em Ribeirão Preto (SP), Uberaba (MG), Uberlândia (MG) e Brasília e um pequeno aumento em Senador Canedo (GO). Desde 2016, a política de preços da Petrobras trabalha com o preço de paridade de importação (PPI), que reflete o comportamento do câmbio e dos preços internacionais do petróleo e derivados. Ontem, o barril do tipo Brent, referência global, fechou o dia com alta de 3,5%, cotado a US$ 83,72. A commodity acumula valorização de 7,6% no ano e tem se mantido acima dos US$ 80 desde o último dia 4, diante de um cenário de restrições na oferta em importantes países produtores como Líbia e Cazaquistão. Do lado da demanda, a propagação da variante ômicron tem mostrado sintomas mais brandos, o que tem ajudado a dissipar parte das preocupações com a continuidade da recuperação da economia mundial. O valor cobrado pela Petrobras nas refinarias responde por cerca de um terço do preço final da gasolina para o consumidor e por 55,8% do diesel na bomba. Embora impostos, margens das distribuidoras e dos postos e os custos de adição dos biocombustíveis misturados à gasolina e diesel também interfiram no preço final dos derivados, os reajustes da estatal tendem a pressionar o valor cobrado nas bombas. A alta anunciada pela estatal a partir de hoje ocorre num momento de queda da gasolina nos postos. De acordo com levantamento da Agência Nacional de Petróleo (ANP), o preço médio do combustível registrou, na semana passada (2 a 8 de janeiro) sua oitava queda semanal consecutiva. O derivado era vendido, em média, a R$ 6,596 o litro, valor 2,3% abaixo do apurado na semana de 7 a 13 de novembro, quando foi contabilizada a última alta nos postos. No caso do diesel, foram sete semanas seguidas de baixa, numa sequência interrompida somente na semana passada. A partir de hoje, segundo a Petrobras, o preço médio de venda da gasolina nas refinarias da companhia subirá de R$ 3,09 para R$ 3,24 por litro. Considerada a mistura obrigatória de 27% de etanol anidro no litro do derivado vendido nos postos, a parcela da Petrobras no preço ao consumidor passará de R$ 2,26, em média, para R$ 2,37 a cada litro vendido na bomba, ou seja, uma variação de R$ 0,11 por litro, ou de 4,86%. No caso do diesel, o preço médio praticado pela estatal passará de R$ 3,34 para R$ 3,61 por litro. Considerada a mistura obrigatória de 10% de biodiesel no produto final, a parcela da Petrobras no preço ao consumidor passará de R$ 3,01, em média, para R$ 3,25 a cada litro vendido na bomba, o que representa uma alta de R$ 0,24 por litro, ou de 7,9%. Segundo a consultoria Stonex, o reajuste a companhia vem em linha com o comportamento do mercado global. Com o aumento, a empresa elimina a defasagem para o PPI e se nivela à paridade de importação. A Petrobras esclareceu que os reajustes são importantes para garantir que o mercado siga sendo suprido "em bases econômicas e sem riscos de desabastecimento pelos diferentes atores responsáveis pelo atendimento às diversas regiões brasileiras: distribuidores, importadores e outros produtores, além da Petrobras". A companhia também destacou que reforça o seu compromisso com a prática de preços competitivos e em equilíbrio com o mercado, ao mesmo tempo em que a empresa evita o repasse imediato para os preços internos, das volatilidades externas e da taxa de câmbio causadas por eventos conjunturais.

Fonte: Valor Econômico Texto extraído do boletim SCA

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