
Na segunda quinzena de janeiro, os créditos de descarbonização (CBios) vinculados ao RenovaBio custaram R$ 75,45, em média. O valor representa uma queda de 2,1% em relação à primeira metade do mês.
Com isso, o preço está 13,5% abaixo da média histórica do programa, de R$ 87,24, e 0,7% aquém da média para 2025, de R$ 76,02. Os números são resultados de cálculos feitos pelo NovaCana a partir dos dados da bolsa de valores brasileira B3, única entidade registradora do RenovaBio.
Assim, ainda não foi confirmada a expectativa de aumento no preço dos títulos devido às regras mais rígidas que entraram em vigor no final do ano passado. Uma nova lei transformou o não cumprimento das metas individuais em crime ambiental e aumentou o teto da multa aplicada às distribuidoras, de R$ 50 milhões para R$ 500 milhões.
Nas últimas semanas de janeiro, os títulos foram negociados entre R$ 73,50 e R$ 78,05. O maior valor foi visto no dia 16, enquanto o menor foi registrado no dia 22.
Segundo a B3, ocorreram 2,22 mil negociações na quinzena, movimentando 4,33 milhões de créditos.
“Os números refletem todas as operações de compra e venda envolvidas em um ciclo de negociação. Assim, no caso de intermediações realizadas por corretoras ou outras instituições, primeiro é realizada uma operação de compra das quantidades e, depois, uma operação de venda para o investidor final”, explica a B3.
Emissões
De acordo com a B3, na segunda quinzena de janeiro, as usinas certificadas no programa emitiram 2,32 milhões de CBios. O montante representa uma leve alta de 0,9% em relação aos 2,3 milhões de créditos escriturados no mesmo período de 2024.
Desde 1º de janeiro, as companhias já emitiram 3,81 milhões de créditos.
De acordo com a ANP, 325 usinas possuem certificações aprovadas no momento para a emissão de créditos do RenovaBio. Destas, três fabricam biometano e outras 36, biodiesel.
Dentre as 286 usinas de etanol certificadas, 272 utilizam apenas a cana-de-açúcar como matéria-prima; seis processam cana e milho; sete apenas milho; e uma produz biocombustível de primeira e de segunda geração de forma integrada.
Desde o início do programa, em 2020, até agora, 162,54 milhões de créditos foram emitidos pelas usinas.
Posse e aposentadorias
No dia 31 de janeiro, a B3 fechou a sessão com 19,9 milhões de créditos em circulação. Com isso, os CBios atualmente disponíveis no mercado seriam suficientes para atender a 49,3% da meta para 2025, de 40,39 milhões.
Do total, 14,44 milhões, ou 72,5%, estavam em posse das usinas certificadas no programa. As distribuidoras detinham 27,1% do montante, ou 5,39 milhões de CBios. Já os 79,61 mil títulos restantes (0,4%) estavam com investidores sem metas.
Contabilizando os créditos em circulação, os aposentados desde o começo de 2024 e os 181 mil títulos que foram retirados de circulação de forma antecipada no ano passado, o volume chega a 20,38 milhões de CBios, o que representa 50,5% da meta atual.
Na segunda metade de janeiro, 284,63 mil CBios foram aposentados, queda de 35,3% em relação aos 439,85 mil títulos que foram retirados de circulação na mesma quinzena do ano passado.
No acumulado do ano, por sua vez, o número de aposentadorias chega a 297,12 mil CBios. Na primeira quinzena do ano, apenas 12,49 mil créditos foram retirados de circulação.
Conforme a B3, a última aposentadoria feita por companhias sem metas a cumprir ocorreu no dia 9 de dezembro, com 17,67 mil créditos saindo de circulação.
Segundo as regras do RenovaBio, a retirada de títulos feita pelas chamadas “partes não obrigadas” pode ser deduzida dos objetivos finais do programa. Com isso, as aposentadorias feitas durante o ciclo 2024 devem ser contabilizadas neste ano.
Fonte: https://www.novacana.com/
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