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Biodiesel: com B12, demanda deve crescer 15,5% em 2023, para 7,303 milhões de metros cúbicos Stonex


A StoneX prevê que a demanda interna por biodiesel deve alcançar 7,303 milhões de metros cúbicos em 2023, um incremento de 15,5% em relação aos 6,322 milhões de metros cúbicos consumidos em 2023. A projeção, de acordo com a consultoria, se baseia na decisão do Conselho Nacional de Política Energética (CNPE), de 17 de março, de elevar, a partir deste mês, a mistura do biodiesel no diesel de 10% para 12%. A perspectiva de alta também é reforçada pelo fato de, no primeiro bimestre, as vendas de biodiesel no País terem superado em 1,4% as dos dois primeiros meses de 2022.


A consultoria chama a atenção para alguns fatores que alimentam no mercado dúvidas sobre a disponibilidade de óleo de soja para a produção do biocombustível em 2023. "Por um lado, a safra recorde de soja brasileira deve garantir uma produção também recorde do óleo, mas, com as exportações surpreendentemente fortes (de óleo de soja) no 1º trimestre e a quebra de safra na Argentina, há preocupações quanto à disponibilidade da principal matéria-prima para biodiesel no mercado doméstico", afirma a StoneX no boletim.


A empresa projeta uma produção de 157 milhões de toneladas de soja em grão no Brasil na safra 2022/23 e esmagamento de cerca de 52 mil toneladas, o que produziria 10,4 milhões de toneladas de óleo de soja. Deste volume, 5,5 milhões de toneladas de óleo devem ser usadas na produção de biodiesel, de acordo com a consultoria. Já o consumo doméstico total de óleo de soja deve chegar a 8,542 milhões de toneladas, pela estimativa da StoneX. Considerando o balanço entre a oferta de óleo, que inclui ainda um estoque inicial de 674 mil toneladas, conforme a Associação Brasileira das Indústrias de Óleos Vegetais (Abiove), e a demanda pelo derivado, restariam 2,532 milhões de toneladas de óleo para exportações e estoque de passagem.


A principal incerteza, conforme a StoneX, diz respeito justamente ao tamanho das exportações brasileiras de óleo de soja na temporada. A consultoria lembra que em 2022, quando a demanda pelo biocombustível ficou enfraquecida, o País exportou 2,6 milhões de toneladas de óleo, "volume atipicamente elevado". Não se esperava que esse padrão se repetisse em 2023, diz a StoneX, mas os embarques no primeiro trimestre, de 654,3 mil toneladas, já superaram em 46% o volume exportado em igual período de 2022 e em 155% a média dos últimos dez anos.


"Contribuiu para este cenário a demanda fraca no mercado doméstico de maneira geral, que acarretou oferta grande de óleo no porto e pressionou os basis para baixo, estimulando as esmagadoras a buscarem o mercado internacional como alternativa para suas vendas", explica a consultoria.


A StoneX espera que com a implementação do B12 e a perspectiva de aquecimento do mercado interno o ritmo das exportações de óleo diminua, principalmente no segundo semestre, quando o consumo de combustíveis é sazonalmente maior. Entretanto, a quebra de safra na Argentina traz dúvidas sobre o tamanho da oferta de óleo de soja no mundo - o país é o maior exportador global do derivado - e sobre como o Brasil vai se posicionar neste cenário.


Há estimativa de que os argentinos produzam em 2023 2,7 milhões de toneladas de óleo de soja menos do que em 2022. Com isso, a Argentina deve aumentar sua importação de soja em grão do Brasil, para cumprir compromissos comerciais, ao mesmo tempo em que exportadores brasileiros terão a chance de exportar mais óleo para países eventualmente desassistidos pelos argentinos.


Se as exportações de óleo de soja do Brasil se mantiverem firmes ao longo de 2023, acompanhando o movimento observado no primeiro trimestre, os estoques finais de óleo do País podem ser menores neste ano, o que contribuiria de maneira altista para os preços do biocombustível, de acordo com a StoneX. A consultoria aponta que, considerando a estimativa mais recente da Abiove, de 2,150 milhões de toneladas de óleo enviadas ao exterior, o mercado chegaria a um estoque final do derivado de 432 mil toneladas, 7% menor que o contabilizado no último ano.


"O acompanhamento das exportações brasileiras nos próximos meses será de suma importância para entender melhor como ficará o balanço final do óleo e seu potencial impacto nos preços do biodiesel", afirma a consultoria.


Fonte:https://www.udop.com.br/

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