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Ao indicar mudança na política de preços da Petrobras, Bolsonaro afeta ações e dólar

Declaração zera ganhos dos papéis da petroleira na Bolsa e impulsiona alta do dólar com reforço na percepção de intervenção na companhia

O dólar fechou em alta frente ao real nesta quarta-feira, um dia em que a moeda apresentou volatilidade durante todo o dia. Terminou negociada a R$ 5,64, alta de 0,74%.

A divisa americana se valorizou na reta final do pregão, após a divulgação da ata do Fed, o banco central americano, e da fala do presidente Jair Bolsonaro sobre o recente aumento do gás anunciado pela Petrobras.


Bolsonaro indicou que a política de preços da estatal pode mudar com a troca de comando que determinou na companhia, reforçando a percepção no mercado de intervenção. Com isso, as ações da estatal praticamente zeraram os ganhos no dia.


As ações ordinárias da Petrobras (PETR3, com direito a voto) subiram 0,46%. Já as preferenciais (PETR4, sem direito a voto), caíram 0,08%.


O Ibovespa, principal índice da Bolsa de São Paulo, a B3, também foi afetado e terminou um dia de instabilidade com leve alta de 0,11%, aos 117.624 pontos.


Bolsonaro reforça percepção de intervenção

A declaração de Bolsonaro sobre o reajuste nos preços do gás natural também estressou os investidores e influenciou no desempenho dos papéis da Petrobras, que chegaram a ter altas maiores do que os resultados do fechamento.


Durante visita a Foz do Iguaçu (PR), o presidente chegou a cogitar uma possível mudança na política de preços, ao afirmar que “podemos mudar essa política de preços lá”.


“A fala de Bolsonaro sobre uma possibilidade da mudança de preços da Petrobras gerou estresse para os papéis da estatal. O que ajudou a segurar a Bolsa em pontos foram as altas da Vale e Eletrobrás”, afirmou a analista Paloma Brum, da Toro Investimentos.


Também influenciou a alta do dólar, segundo analistas, o cenário interno em que as atenções seguem voltadas para o combate à pandemia, um dia após o país ter registrado número recorde de mortes, e para as discussões sobre o Orçamento de 2021.


A divisa vinha sofrendo uma correção dos lucros obtidos na semana passada, quando chegou a passar dos R$ 5,80, tendência que perdeu força.


Na avaliação do economista-chefe da Órama, Alexandre Espírito Santo, o real seguirá sensível por conta dos problemas fiscais e o recrudescimento da pandemia no país, havendo pouco espaço para quedas bruscas do dólar.


“A mudança na postura do Banco Central, com a alta da Selic, até colabora, mas acredito que não há espaço para quedas nesse momento. Creio que entre R$ 5,50 e R$ 5,60 seja um bom preço para o quadro atual”, afirma.



Vitor da Costa - Com agências internacionais

Fonte: O Globo


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