O cenário macroeconômico negativo, de inflação e juros em alta, associado à escalada nos preços das commodities no mercado global ao longo dos últimos dois anos, com o consequente aumento no valor dos insumos de projetos de geração de energia, tem pressionado o custo de construção de novas usinas, o que deve se refletir nos preços da energia elétrica de longo prazo. Essa é a visão de executivos de empresas do segmento de geração, que apontam para valores mais elevados do megawatt-hora (MWh) nos próximos anos.
Para o presidente da Engie Brasil Energia, Eduardo Sattamini, os preços da energia proveniente dos novos empreendimentos já mudaram de patamar, acompanhando o aumento no capex dos projetos. “Nos próximos anos, os preços serão impactados pelo custo marginal de expansão”, disse o executivo. Segundo ele, a tendência, no mercado, é que os valores da energia de médio e longo prazo fiquem em torno de R$ 210 por MWh.
O diretor administrativo financeiro da Alupar, José Luiz de Godoy, também prevê que a alta de custos em projetos de geração, em especial eólica e solar, deve começar a se refletir nos preços dos contratos de compra e venda de energia (PPA, na sigla em inglês). Godoy acha que o mercado “vai se ajustar nisso” e que não vê como viabilizar projetos nessas duas fontes com preços que não sejam “acima de R$ 200 por MWh”.
O cenário macroeconômico negativo, de inflação e juros em alta, associado à escalada nos preços das commodities no mercado global ao longo dos últimos dois anos, com o consequente aumento no valor dos insumos de projetos de geração de energia, tem pressionado o custo de construção de novas usinas, o que deve se refletir nos preços da energia elétrica de longo prazo. Essa é a visão de executivos de empresas do segmento de geração, que apontam para valores mais elevados do megawatt-hora (MWh) nos próximos anos.
Para o presidente da Engie Brasil Energia, Eduardo Sattamini, os preços da energia proveniente dos novos empreendimentos já mudaram de patamar, acompanhando o aumento no capex dos projetos. “Nos próximos anos, os preços serão impactados pelo custo marginal de expansão”, disse o executivo. Segundo ele, a tendência, no mercado, é que os valores da energia de médio e longo prazo fiquem em torno de R$ 210 por MWh.
O diretor administrativo financeiro da Alupar, José Luiz de Godoy, também prevê que a alta de custos em projetos de geração, em especial eólica e solar, deve começar a se refletir nos preços dos contratos de compra e venda de energia (PPA, na sigla em inglês). Godoy acha que o mercado “vai se ajustar nisso” e que não vê como viabilizar projetos nessas duas fontes com preços que não sejam “acima de R$ 200 por MWh”.
Profissionais da AES Brasil estimaram que o capex de projetos de geração aumentou de 20% a 25% no início do ano em relação ao ano passado. Segundo a presidente da companhia, Clarissa Sadock, esse aumento, juntamente com um maior custo de dívida, acabou por dificultar o fechamento de novos contratos de compra e venda de energia de longo prazo. A despeito de a empresa manter conversas com clientes que somam 2,5 gigawatts (GW) em potenciais vendas, as negociações avançam com dificuldade e ao longo do segundo trimestre nenhum contrato foi assinado.
O diretor de relacionamento com cliente da AES Brasil, Rogério Pereira Jorge, comentou que, diante do cenário atual, as negociações envolvem principalmente contratos de autoprodução e PPAs em dólar. Em contratos de autoprodução, em que o cliente se torna proprietário de parte da usina e utiliza o correspondente a sua produção para consumo próprio, há benefícios como menores custos com encargos, reduzindo o valor final da energia.
“Temos visto realmente procura grande pela autoprodução, principalmente porque os encargos apresentam volatilidade grande. Vimos ao final do ano passado e começo deste ano encargos somando R$ 100, quase mais caro que a energia, e toda hora tem alguma volatilidade, algum ressarcimento, um encargo novo, então clientes têm demonstrado interesse grande para se proteger de encargo e ter custo de energia mais competitivo”, disse Jorge.
Estabilidade à frente
Novos aumentos no custo dos projetos, no entanto, parecem estar fora do radar. A Auren, que anunciou neste mês a construção de dois novos empreendimentos – Sol do Piauí, primeiro projeto híbrido em escala comercial no país, e a usina fotovoltaica Jaíba V – vislumbra estabilidade para o preço dos insumos. “Não vemos cenário de novo aumento de painel no horizonte de construção dos projetos”, disse o presidente da Auren, Fabio Zanfelice.
Durante teleconferência com analistas e investidores, profissionais de mercado questionaram o executivo sobre a visão da companhia para potenciais alterações na matriz de custo do projeto, tendo em vista problemas observados no mercado junto a outros empreendedores solares. Além da perspectiva de estabilidade de preços, Zanfelice citou a escala dos projetos e a experiência da empresa em construção, aquisição de equipamentos, gestão de obras e de contingências como diferenciais da Auren na execução das novas usinas, que têm investimento estimado em R$ 2,26 bilhões.
Em entrevista ao Broadcast Energia, o vice-presidente de finanças e novos negócios da Auren, Mario Bertoncini, afirmou que, a despeito da pressão de alta de diversos insumos, a companhia obteve um valor “bastante competitivo” de capex, da ordem de R$ 3,3 milhões por megawatt-pico (MWp).
“Em relação ao nível pré-pandemia, de fato tem um ajuste. Mas esse projeto é diferente porque já tem uma parte da energia contratada e conseguimos um capex não tão alto como outros (empreendedores) vêm relatando no mercado, então é um projeto que, pra gente, tem uma boa viabilidade”, disse. Segundo ele, cerca de 40% da energia dos projetos já está comercializada em contratos de longo prazo. Ele não revelou o preço de venda nesses contratos.
Fonte:https://www.novacana.com/
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