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Às vésperas das tarifas, cresce a dependência brasileira de combustíveis dos EUA


Fonte: Canva
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O Brasil aumentou as compras de combustíveis dos Estados Unidos em julho de 2025, concluiu o relatório de abastecimento da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), divulgado na terça-feira (22/7)

  • Entre 1º e 21 de julho de 2025, os Estados Unidos foram o principal supridor de diesel para o Brasil, com 45% do volume total — uma mudança na tendência medida entre janeiro de 2024 e junho de 2025, quando a Rússia foi a principal origem do produto.

  • A ANP ressalta que os volumes provavelmente foram contratados antes das recentes ameaças de sanções tarifárias, dados os prazos para as importações. 

O avanço ocorre em meio à expectativa de entrada em vigor das tarifas anunciadas pelo presidente Donald Trump contra produtos brasileiros, previstas para 1º de agosto

  • O governo brasileiro busca negociar as taxas antes de anunciar eventuais retaliações, que poderiam impactar o suprimento nacional de produtos com origem nos EUA.

O Brasil, inclusive, está sob risco de novas sanções: Washington ameaça aplicar tarifas secundárias a países que continuarem comprando petróleo e derivados russos, como parte da pressão internacional pelo fim da guerra na Ucrânia.

  • Mesmo com o avanço dos EUA, o diesel russo segue tendo um papel importante no suprimento nacional, respondendo por 35% das importações de diesel em julho. 

  • De forma indireta, o papel da Rússia é ainda mais relevante: 10% das importações de diesel brasileiras no período vieram da Índia. As refinarias indianas processam, sobretudo, óleo bruto produzido na Rússia. 

  • “Se o Brasil adotar a política de reciprocidade, ficaríamos sem nossos dois maiores fornecedores de diesel e seria necessário buscar outras fontes rapidamente e que, naturalmente, têm preço mais elevado”, afirma o sócio da Leggio Consultoria, Marcus D’Elia.

Mas a dependência externa não se restringe ao diesel. Toda a nafta petroquímica importada pelo Brasil nas três primeiras semanas de julho teve origem nos EUA.

Os EUA também vêm ampliando espaço em outro energético crucial para a segurança do abastecimento, o gás liquefeito de petróleo (GLP). Em julho, responderam por 75% das importações do “gás de botijão”.

  • A Argentina foi o segundo maior fornecedor, com 21,2%. 

Na gasolina automotiva, os EUA também ganharam participação, embora sigam com uma fatia pequena: 17,5% teve origem nas refinarias dos EUA em julho, frente a 7,7% no longo prazo. 

Por outro lado, no gás natural, os maiores volumes importados pelo Brasil tiveram origem na Bolívia (88%), com os EUA responsável por apenas 2,8%. 


 
 
 

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